Conceito beleza – embelezamento – História da Moda
Beleza é natural e embelezamento é o uso de recursos e artifícios para trazer beleza.
De fato, podemos dizer que a beleza sempre acompanhou o homem, mas no século XVII – houve diferentes motivos para criar-se mecanismos e materiais para estabelecer conceitos sobre embelezamento.
O elemento desencadeador, de novo, como tudo na moda foi a necessidade… O hábito do banho, quer em estabelecimentos públicos quer na privacidade do lar, praticamente desapareceu durante o século XVII.
No caso dos banhos públicos, foi não só o receio de contágio (peste e sífilis) como uma atitude mais rígida em relação à prática da prostituição (atividade paralela em muitos banhos) que levaram ao encerramento da maior parte destes estabelecimentos. Por outro lado, no caso das soluções privadas, uma desconfiança crescente em relação à água e o desenvolvimento de novas técnicas de higiene pessoal, «secas» e elitistas, levaram ao quase desaparecimento de tina de banho.
A eliminação deliberada dos banhos públicos constituiu um ato de higiene social e moral. Longe de se dedicarem em exclusivo à limpeza pessoal, estes estabelecimentos ofereciam também um determinado número de serviços que as autoridades civis consideravam uma ameaça aos princípios morais das cidades.
A crença na permeabilidade da pele e na ameaça que os banhos representavam para a saúde em geral continuaram, ao longo do século XVII, a fornecer aos textos médicos uma grande variedade de argumentos sobre os efeitos nocivos dos banhos públicos e os perigos da água.
Desaparecida a água, entram em cena o limpar, o friccionar, o empoar e o perfumar. Livros de civilidade, não se limitam a descrever o comportamento requintado que devem ter as classes superiores quando se assoam e sentam à mesa. Insistem, igualmente, na limpeza do corpo e dos seus orifícios, realçando os novos imperativos sociais e fazendo a separação entre a elite e o «vulgo».
Passou a ser dada maior atenção às partes do corpo que se apresentavam descobertas: a cara e as mãos.
A cabeça deveria ser esfregada vigorosamente com uma toalha perfumada ou uma esponja, o cabelo penteado, os ouvidos limpos e a boca lavada. Inicialmente, o pó de arroz surge com uma espécie «champô seco» que era deixado no cabelo durante a noite, para na manhã ser eliminado com um pente juntamente com a gordura e outras impurezas. No entanto, nos finais do século XVI o uso do pó de arroz tornou-se mais do que uma condição necessária de limpeza. Os pós perfumados e coloridos tornam-se então parte integrante do arranjo diário dos ricos, tanto dos homens como das mulheres. Este acessório, olfactivo e visual, não só proclamava o privilégio da limpeza dos seus utilizadores como também definia o seu estatuto social, pois a moda era igualmente um privilégio dos ricos. No século XVII o pó conquistou de tal maneira as classes superiores da Europa que nenhum aristocrata respeitável se designava aparecer em público sem ele.
Neste período, as doenças de pele que apareciam no rosto e mãos, eram disfarçads com um pequeno pedaço de pano preto recortado chamado então de “mosca”- ele era uma “marca de beleza” um “bonito sinal”…
As advertências sobre os efeitos dos cosméticos a longo prazo não constituíram o único argumento utilizado contra a maquiagem. As mulheres que se pintavam eram também acusadas de «alterarem o rosto de Deus», (não era a humanidade feita à imagem do senhor?) no seu A treatise against Painting and Tincturing of men and woman (1616), Thomas Tuke interrogava-se como eram as mulheres capazes de rezar a Deus «com o rosto que ele não reconhece! Como podem elas pedir perdão quando os seus pecados estão gravados nos seus rostos»?
Os penteados das mulheres, que já eram altos no início do século XVII cresceram ainda mais em tamanho, por volta do fim do século. Qualquer caracol ou madeixa tinha um nome. Pequenos caracóis junto às orelhas eram chamados «confidentes». Crève-coeurs (os destruidores de corações) designavam caracóis pendurados na nuca. As madeixas pendentes nas têmporas eram designadas por «favoritas». As mulheres moldavam o seu cabelo e o cabelo de outras pessoas em estruturas de arame «toucados». Eram necessários enchimentos, óleos e uma gordura brilhante «brilhantina» para manter os cabelos elaborados e estilos no lugar. Um estilo popular, o Fontage, surgiu por acidente. Enquanto cavalgava com Luís XIV, a sua amante, a duquesa de Fontage, teve a infelicidade de o seu penteado se desmanchar. Atou, então, o cabelo com uma liga, num improviso que deleitou o rei. Em breve, as mulheres mais badaladas da França usavam torres desgrenhadas de cabelo com fitas, imitando o penteado improvisado pela duquesa.
Mito de Narciso
Narcisismo é o amor de um indivíduo por si próprio ou por sua própria imagem, uma referência ao mito de Narciso. O termo “narcisismo” foi introduzido na psiquiatria, no final do século XIX – e viria a ser adotado no campo da psicanálise – por Havelock Ellis (1898), para descrever uma forma de sexualidade baseada no próprio corpo do indivíduo.
O termo “narcisismo” vem do mito grego de Narciso, um bonito jovem e indiferente ao amor que ao se ver refletido na água apaixonou-se pela própria imagem refletida.
O Homem sempre se enfeitou e teve a moda muito levada a sério através da história… Na 2ª metade do século XIX o homem quase não se enfeitava. Ganhava dinheiro com a revolução industrial e a mulher não fazia nada.
Daí surge a Alta-Costura.
Neste período quanto mais barba e bigode no homem mais riqueza e fartura ele demonstrava.
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