Uma Mulher Singular – Giusephina Bevil’áqua Todeschini

Postado por Mulher em out 27, 2009 em coisas de família | 11 comments

Em 23 de outubro de 1921 nascia a primeira filha de João Bevil’áqua e Regina Andolfato, italianos no Brasil – Giusephina Bevil’áqua (Phina) na cidade de Nova Bassano RS.
Depois dela seguiram-se mais 11 irmãos – +Catarina, +Antônio, +Jacinto, Avelino, +Tereza, +Luiza, Olímpio, Idalina, +Lourdes, Danilo, Dozolina (o próprio nome encerra os doze filhos) – Todos moram em Santa Catarina, para onde foram muito jovens com os nonos, pois com tantos filhos, precisavam de mais terra para dividir entre eles, conforme iam casando.
Como filha mais velha, cheia de responsabilidades desde pequena, tinha que cuidar da casa e dos irmãos… queria muito ser freira, seu sonho de vida, mas o nono não deixou, pois precisava dela em casa… mesmo assim, à colocou em cursos de corte e costura e pintura em tela… Quando bem jovem um professor da região foi pedí-la em namoro, o pai aceitou e ela gostou muito, mas ele foi estudar em outra cidade e as cartas eram raras, o tempo passava… sua mãe fazia mondolatos de amendoim e ela vendia em festas de igrejas, junto com os irmãos na cidade… então surgiu um outro rapaz que gostou dela (mulher lindíssima, olhos azuis) este também a pediu em namoro e falou com seu pai, quando ele aceitou, ela ficou triste, pois se sentia comprometida com o professor, mas seu pai disse que este não vinha mais… obediente, aceitou a nova proposta (até porque, não podia contradizer o pai)… o então namorado, veio mais uma vez namorá-la e sentaran-se em uma mesa muito grande, um em cada ponta, sendo que os pais ficaram nas laterais… nesta ocasião, marcaram a data de “dar os nomes” no cartório… neste dia, ele tocou sua mão na volta, onde caminhavam um em cada vala das rodas das carretas, na estradinha colonial… então, quando tinha 21 anos, já com bastante idade para casar (na época), casou-se com Arthur José Todeschini e foi morar em Bento Gonçalves, pois era lá que ele trabalhava… No dia do casamento, sua madrinha veio à casa da noiva como era costume, perguntou à sua mãe se ela já tinha esplicado à noiva o que “era um casamento”… esta respondeu que não tivera coragem… a madrinha, sentindo-se na obrigação de alertá-la, sentou com ela no quarto e de forma sutil, lhe falou sobre suas obrigações de mulher… apavorada, ela fugiu e escondeu-se no chiqueiro dos porcos… levaram muito tempo para encontrá-la e convencê-la de que era preciso casar… Segundo ela, o marido foi gentil… Quando teve sua primeira filha Lourdes, foi até a casa de sua mãe, pois a mesma era parteira e cuidaria dos primeiros dias da parturiante e do bebê… Arthur ao ter a notícia do nascimento, saiu de Bento Gonçalves, de bicicleta, para ir conhecer o(a) Primogênito(a) (68Km aproximadamente), chegou somente em torno de um mês depois… quando ele chegou perguntou – “Se una pópula o un pópulo?” (é uma menina ou um menino?)… ela furiosa escondeu a criança… Depois descobriu que ele sofreu um acidente pelo caminho e ficou este tempo hospitalizado (que falta fêz um celular ali, ou um convencional apenas…).
Também em Bento Gonçalves, nasceu Nelson, o esperado filho homem de toda família italiana… Quando grávida de sua terceira filha, mudou-se para Nova Prata, pois Artur, foi trabalhar em marcenaria em uma empresa da cidade… lá nasceu a Líria, depois a Gertrudes Regina, cujo nome era para ser Laci Regina (o nome de uma amiga e de sua mãe, a nona), mas o Pai, ao ir registrar, optou por Gertrudes Regina (achou mais bonito), pois conhecera, uma moça linda com este nome, e queria sua filha linda… Foi, com certeza uma boa briga isso… Com a família “pronta”, optaram por encerrar a “confecção de crianças”… Seis anos depois, por um acidente doméstico com a pequena, Phina faz sua primeira de muitas promessas, que preferia ter outra do que perder essa… então, como “ela foi salva por Deus” chega a Laci (que lamentavelmente, não foi outro esperado menino), mas rompeu a escadinha de um a dois anos de entremeios… Totalizando os seus cinco filhos.

Lourdes foi, com 14 anos ao convento… assim seguiram todos os outros (menos a Laci, porque a mãe não deixou), todos ficaram pouco tempo, mas Lourdes lá permaneceu por longos 14 anos como freira… Em 1963 Arthur deixa a vida… Ficam os filhos adultos e a viúva valente e matriarca tocando suas vidas…
Hoje a família é composta por novas e maravilhosas pessoas – Lourdes tem seu marido Giovanni Bottizzo, italiano de Torino, onde residem, Nelson tem sua esposa Lourdes Ana, que pelo tempo e convivência e proximidade é mais do que cunhada, é irmã, deles os queridos netos Estevan Artur (que passa o tempo todo orgulhando-se de ser o primeiro) e Estela, nossa estrela maior… Líria, nos deu o amado neto Artur, hoje esta casada com Cortez e mora na Califórnia EUA,  Tude (Gertrudes), com seu marido Clóvis (o paizão), fêz duas meninas a Anelise (segunda neta) e a Letícia (o bebê de todos)… Laci, tem seu marido Cleon e assim como Lourdes, não fizeram filhos…

Comemoramos de 23 a 25 de outubro os 88 anos de Phina. No final de semana nos encontramos em uma pousada em Bento Gonçalves, estiveram presentes Seus filhos, noras, genros, netos e conjuges, irmãos Avelino, Olímpio, Danilo e Dozolina e ainda sobrinhos.
Tio Olímpio, o irmão que sempre organiza os eventos de família, aglutinador e valente, sempre tem uma história para contar… Tio Avelino, o mais velho dos irmãos vivos, tem uma doçura e um carinho infinitos… Assim como seu filho que fêz o discurso familiar de aniversário em nome de todos nós no Jantar… O Tio Danilo, que ficou muito tempo sem vir ao sul, foi recebido por todos nós com muita saudade e alegria também… Tia Dozolina, a última dos 12 filhos da nona, que desta vez, foi incumbida por nós de mobilizar a família de Santa Catarina ao sul, tarefa sempre delegada ao Tio Olímpio, mas desta vez, pedimos à última, da outra ponta, para fazer o meio… Ana, afilhada e sobrinha, sempre presente em nossas vidas, faz de tudo para que a família venha ver sua tia Phina, sempre… Ficamos muito felizes em ver esses queridos Bevil’áqua’s reunidos conosco, esperamos que eles, assim como nós, tenham gostado de todos os eventos.
Abaixo, a turma reunida, pelas expressões, nota-se um grupo familiar saudável, amoroso e feliz – Lindas pessoas!

Este grupo passou dois dias juntos em festejos, iniciou com um encontro à tarde na pousada, onde nos hospedamos para ficarmos juntos e tivemos um jantar de aniversário, continuou com jogos e brincadeiras à noite e no domingo, fomos fazer o passeio no Trem Maria Fumaça original e após, os tios e primos seguiram viajem e a família ainda teve um almoço em conjunto e mais um passeio… Foi um encontro maravilhoso e extremamente agradável, agradecemos esta festa linda e deliciosamente querida proporcionada por Phina, temos certeza que todos curtiram muito…
Você é uma Mulher Singular – e muito especial de verdade!!!

 

Após o Jantar, tivemos muita festa até um jogo de bingo familiar.

Acordamos e…  o CAFÉ DA MANHÃ na casa de pedra.

Então saimos em comboio para a ESTAÇÂO DE TREM

 

Após a viagem de Maria Fumaça, os Tios, Tias e Primos resolveram viajar imadiatamente para Santa Catarina.

Fomos almoçar, continuando o aniversário em um restaurante na Rota do Vinho, afinal, 88 anos…

Então, como não poderia deixar de ser, um pouco de diversão, passeio e museu do vinho.

As “sempre crianças encontraram um cavalinho – de cimento”

Então o Museu do Vinho.

Assim encerramos um aniversário, nos despedimos, todos com um sabor de encontro, encontro de um lugar, com amor incondicional, real e verdadeiro…
Nossa família – a família de uma MULHER SINGULAR – Dona Phina!